Coração do Mundo

Foi preciso  deixar ela respirar, o cansaço mental tomava conta de sua cabeça e a impedia de tomar decisões.

Decisões que mudariam o rumo de sua vida, ninguém sabia ao certo como explicar a falta de amor próprio que ela sentia dela mesma.

Qualquer um poderia fazer seu coração de pano de chão, ela não entendia como as coisas funcionavam e até achava graça do seu mal de amor.

Jogava ao vento sua sorte, e aguardava que o destino um dia a pescasse.
Quem saberá dizer se um dia a sorte pescará primeiro o destino? Tirando do seu peito aquele vazio?

Só assim, ninguém  terá a oportunidade de magoar seu coração.

Ela realmente sentia falta do corpo dele ao lado na cama.

Sentia mesmo era vontade de ser quem há tempos atrás era.
Não se sentia mais tão amada e brincava de sentir-se mulher ao passar em frente a construções.

Quando o sono embalava seu corpo o momento tão esperado vinha estremecendo suas pernas, virilha e mãos.

Então como se agarra o que não quer se perder ,ela agarrou o desejo que a levou para longe daqui.

Em verdade vos digo: - Que meus olhos jamais irão te trair.

Esconderam-me a verdade de viver, como se esconde o passado que assombra.

Negro era a escuridão do quarto onde eu dormia, distante eram meus pensamentos quando perguntas surgiam sobre o futuro. Levantei já cansado, com a boca amarga e de olhos pesados, nem mesmo minhas pernas obedeciam ao caminho até o banheiro.

Ao me olhar no espelho, percebi onde foi que esconderam minhas verdades até então perdidas..na minha face.

Do mais ácido para o doce.

A verdade foi dita, mesmo ela querendo se fechar para o mundo, todos diziam que ela não sabia o que queria que da parte dela não houvesse posição. 
Ela sentia dificuldade em engolir o ácido, preferia que todos fossem doces, talvez o medo a impedia de dar o primeiro passo, talvez o que ela queria não estivesse aqui, talvez ela vivesse no mundo de possibilidades onde tudo era doce, onde o mundo era dominado por ela sem outros gostos básicos.